domingo, 12 de fevereiro de 2012

Síndrome do "QT longo"

Olá pessoal, alguém aí já ouviu falar sobre a síndrome do QT longo?
Essa é uma síndrome pouco conhecida no Brasil, por ser muito rara na população.
Trata-se de um tipo de taquirritimia ventricular que pode ser de origem congênita ou adquirida.
Há poucos meses ocorreu um caso na família da minha cunhada, sua irmã de 36 anos faleceu após um evento de estresse cardíaco. O laudo do IML apontou a causa da morte como infarte do miocárdio. Até aí não haveria grandes problemas, uma vez que muita gente pode morrer vítima de infarte. No entanto, poucos dias após o falecimento, minha cunhada foi chamada ao consultório da cardiologista que atendia a sua irmã para  maiores informações a respeito da doença que a irmã vinha tratando há alguns meses, para surpresa de todos, uma vez que ninguém sabia que ela estava em tratamento.
Enfim, minha cunhada recebeu a notícia dessa síndrome fez os exames e descobriu que possuía a mesma doença, o que era esperado pois trata-se (nesse caso) da forma congênita. Seu filho (meu sobrinho) de três anos também herdou a síndrome.
O diagnóstico é realizado através de eletrocardiogramas e ecocardiogramas que indicam um intervalo alterado da condução elétrica do miocárdio, isso faz com que ocorram taquidisrritmias ventriculares que podem provocar síncopes e em casos mais graves levar a morte súbita, em alguns casos pode estar associado a causa da surdez.
O tratamento frequentemente realizado é feito através do uso de beta-bloqueadores, marcapasso e o implante de desfibriladores automáticos.
No caso da minha cunhada e sobrinho, o tratamento empregado foi a associação de beta-bloqueadores e o uso do cardiodesfibrilador implantável (CDI).
A taxa de mortalidade para pessoas sem tratamento é elevada, no entanto, o uso de desfibriladores diminui para menos de 15% de mortalidade.
Os exames que permitem o diagnóstico variam entre R$200 e R$ 400, porém o CDI custa a bagatela de aproximadamente R$ 66.000 e este aparelho deve ser trocado a cada 5 anos. 
Por sorte, minha família tem um plano de saúde muito bom que cobre todas as despesas desse tratamento, minha cunhada já fez o implante e meu sobrinho provavelmente fará o implante amanhã no Hospital Pequeno Príncipe, aqui em Curitiba. 
Outros casos na família foram diagnosticados, a irmã da minha cunhada teve dois filhos (um menino e uma menina) e apenas um apresentou a doença, o tratamento está sendo realizado pelo SUS mas não há previsão para o processo cirúrgico para o caso dele.
Procure seu cardiologista e exija exames de eletrocardiogramas e ecocardiogramas para esta síndrome, isso pode salvar sua vida.





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