Bom dia leitores, hoje acordei meio sem inspiração para escrever aí resolvi compartilhar com vocês um pouco do meu trabalho diário.
Confesso que quando ouvi pela primeira que havia sido encontrado (e nem era tão recentemente) um vigésimo primeiro aminoácido e que eu teria de estudá-lo, entre outras coisas no meu projeto de mestrado que está mais para um projeto de vida, entrei em estado de choque!
Durante a vida inteira eu (como muitas outras pessoas) fui condicionada a compreender e admitir a existência de 20 aminoácidos na natureza, divididos em essenciais e não-essenciais. Cada vez mais populares essas moléculas formadoras de proteínas tornam-se comuns nas conversas cotidianas que vão das donas de casas na fila do mercadinho até as rodas acadêmicas das grandes universidades.
O que talvez devesse ser melhor explicado nas universidades é que existem muitos outros aminoácidos presentes no planeta Terra mas, somente alguns fazem parte do código genético padrão, aqueles 20 que todo mundo conhece e a selenocisteína, que apesar de raro é um aminoácido encontrado em todos os ambientes e é o 21º aminoácido porque é codificado pelo código genético (redundante essa frase, ficou feia mas vai assim mesmo).
Mas existem 64 possibilidades de combinação para formação de aminoácidos a partir de uma trinca que dá origem a um códon, a maioria dos aminoácidos é codificada por mais de um códon, o trio base desse aminoácido PASMEM é UGA, como assim? UGA é um stop códon! Exatamente, então como é que a selenocisteína poderia ser codificada? Existe uma teoria super legal de que o código genético, como todas as coisas, também está em evolução. Descobriu-se no ínicio dos anos 80 que existe num mecanismo baseado em um operon específico que é capaz de incorporar esse aminoácido dando origem as proteínas conhecidas por selenoproteínas que são glutationas peroxidases, elas fazem parte de uma família valiosissima para sinalição e o controle redox. O mais legal disso tudo é que a incorporação é feita por mecanismos diferentes em procariontes e eucariontes.
Isso desmente a idéia de que o código genético seja universal, pode ser que ele seja quase todo universal, mas não é completamente e isso faz com que as provas de genética na faculdade estejam muito muito desatualizadas!
Bom talvez esse não seja o tema mais cativante sobre o qual eu tenha escrito aqui no blog, mas minha gente é isso que eu estudo: vias de sinalizaçao redox e estresse oxidativo e para isso, é importante conhecer as redutases, oxidases e outras "ases" da vida. Quem sabe alguém se interessa e estuda isso também!
Bom domingo a todos e boa semana =)
Muito obrigada por disponibilizar a informação :)
ResponderExcluirEu me interesso! Nutricionista profissionalmente e amante de comida pessoalmente (porém não sou obeso e não sou preconceituoso), essa informação é de valiosíssima importância para mim. Vou agora mesmo procurar artigos sobre. Obrigado por dividir conhecimento ;-)!
ResponderExcluirVocê sabe alguma novidade a respeito do novo estudo do DNA que diz que ele é em forma de pacote e não de escada retorcida?
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