quarta-feira, 28 de abril de 2010

A cruzada da Motossera (Greenpeace Brasil)

O Greenpeace Brasil está promovendo uma campanha que mobiliza a população em torno da mudança do Código Florestal.
Nosso Código Florestal existe desde 1965, eu publiquei no mês de novembro um post falando sobre as mudanças que aconteceriam caso o novo código florestal fosse aceito.
Para quem quiser saber mais sobre a campanha do Greenpeace é só clicar no Título desse Post de hoje que vc será redirecionado (a) para a página de interesse, assinem a petição, enviando um email diretamente da página do greenpeace.
O conteúdo do email segue abaixo:

"Caro deputado Aldo Rebelo,

As florestas, o solo, a água, a biodiversidade e o clima equilibrado são patrimônios e riqueza de todos os brasileiros. Preservados, eles continuarão do a funcionar como insumos para a nossa agricultura, agindo em benefício tanto dos produtores rurais como de todos nós que dependemos dos alimentos que eles produzem. As florestas, principalmente a Amazônia, continuarão a gerar as chuvas que irrigam os solos férteis de todo o país, abastecem nossos reservatórios e fornecem a energia que o Brasil precisa para crescer. Continuarão, igualmente, a servir de inspiração para o nosso imaginário coletivo, que construiu personagens mitológicos como o Curupira e o Saci-Pererê a partir, justamente, de nossa tradicional relação com nossas matas.
Tudo isso está em jogo na tentativa de modificar o Código Florestal brasileiro. Há mais de dez anos, representantes da bancada ruralista tentam mudar nossas leis em seu próprio benefício, para diminuir a função social e ambiental das florestas e das propriedades rurais . O senhor, ao que tudo indica, aderiu a esse esforço, o que é uma pena. Ele segue na contramão da construção de uma nação moderna, que respeita a lei, as comunidades que vivem na floresta, e que tem no uso racional do nosso gigantesco patrimônio ambiental a chave de um novo modelo de desenvolvimento que permitirá ao Brasil escapar da sina de pais socialmente injusto, concentrador de renda e exportador de matéria-prima barata que beneficia a poucos - aqui e fora de nossas fronteiras.
Nossas florestas estão em discussão na comissão especial - que analisa 11 propostas de alteração ao Código Florestal e à Lei de Crimes Ambientais – e da qual o senhor é o relator. Respeitarei sua opinião, mas quero debatê-la. Portanto, peço que o senhor não tente empurrar tais alterações goela abaixo dos brasileiros. A questão é relevante demais para ser decidida apenas por meia dúzia de deputados da Comissão Especial na antevéspera da eleição. Deixe que o assunto para a campanha eleitoral e para as ruas, para que ele possa ser debatido por toda a nação.
Como cidadão brasileiro, sou a favor a proteção integral das florestas que restam em nosso solo. E não quero anistiar quem desmatou ilegalmente. Por isso, defendo que o Código seja, ao menos nesse momento, deixado em paz. No máximo, torço para que ele vire um assunto primordial nas próximas eleições. Caso contrário, serei forçado a lembrar de quem buliu indevidamente com nossas florestas, sem me consultar, quando eu for votar no próximo dia 3 de outubro. "

Manifestem-se, porque a hora é agora!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Você sabe o que é um Hotspot de Biodiversidade?

Então, como eu havia publicado no começo desse ano, 2010 foi o ano eleito para se comemorar o Ano Internacional da Biodiversidade. E, nesse sentido seria interessante abordar alguns conceitos em torno do assunto, como por exemplo: vcs fazem idéia do que é um "Hotspot" de biodiversidade? Para os que não sabem, introduzí-los-ei no assunto, para os que sabem, ajudem-me caso eu escreva alguma bobageira!
O conceito de "hotspot" propriamente dito foi criado por Norman Myers em 1988, que na ocasião identificou 10 áreas naturais ao redor do planeta com intensa diversidade de plantas e animais. Por definição entende-se que os hotspots são áreas com grande riqueza de diversidade biológica.  Segundo a Conservation International (CI) existem 34 áreas de grande riqueza biólogica conhecidas no mundo. Mas mais que apenas um local com espécies diferentes, hotspots são habitats naturais que perderam até 3/4 da sua cobertura vegetal original mas, que ainda compreendem algo em torno de 1.500 espécies endêmicas (ou mais) que podem variar entre as mais diferentes espécies vegetais ou animais.

O senhor da foto ao lado é o Ecólogo Norman Myers.
Existe um site interamente dedicado ao estudo de HOTSPOTs mundiais, Biodiversity Hotspots, lá você encontra uma série de informações a respeito dos territórios que abrigam essas áreas de diversidade, a navegação pelo site é bem tranquila  e ele é dividido em basicamente três palataformas de interesse. A primeira é a Hotspot Science que contextualiza e indica as principais características de um hotspot  fazendo um histórico sobre o conceito proposto por Norman Myers, a segunda Hotpost by Region diz respeito as regiões onde são encontrados esses ambientes, vc clica na guia e é direcionado para uma página com uma divisão de áreas de acordo com os 5 continentes e, a terceira é a Resources que pra aqueles que já conhecem o assunto talvez seja a mais interessante, nessa plataforma existe um banco de dados de espécies endêmicas encontradas nesses locais com a situação atual que vária de ameaçada a vulnerável, tem também nessa mesma plataforma um guia de referências bibliográficas separadas de acordo com a região selecionada, por exemplo se vc escolher "Floresta Atlântica" aparece um histórico de publicações relevantes em ordem alfabética sobre aquele determinado hotspot. Bem didático (pelo menos eu achei).
E por falar em Floresta Atlântica o Estado do Rio de Janeiro possuí uma área considerada de extrema importância para a população de avifauna brasileira. A pesquisadora Maria Alice dos Santos Alves e colaboradores, em seu artigo intitulado "Avian conservation priorities in a top-ranked biodiversity hotspot" aborda a questão da conservação de áreas para manutenção dos ecossistemas, mais especificamente a conservação da avifauna presente na região do Estado do Rio de Janeiro. No artigo ela relata a importância da conservação na área da Mata Atlântica localizada no Estado, que de acordo com o Comitê Brasileiros de Registros Ornitológicos, existem atualmente (2009) 730 registros de espécies de aves no Rio de Janeiro numa área de aproximadamente 43.700 km², ou seja 40% de um total de 1825 espécies encontradas em todo território nacional.
HOTSPOT COM CERTEZA!
Caso alguém tenha interesse pelo trabalho é só clicar no link de Periódicos Capes ao lado e entrar na revista Biological Conservation, digita o nome do artigo e pronto só baixar o pdf! Simples e indolor!
bjus a todos e até o próximo post!
xauxau =)



quarta-feira, 14 de abril de 2010

Diversão, cultura e muita biologia

Caríssimos,
O post de hoje é dedicado a diversão na internet, procurei alguns sites que  tivessem o conteúdo atrativo e ao mesmo educativo, logicamente relacionados a biologia. Nos links ao lado existe uma seleção de sites legais (como o nome já diz) para vc acessar, buscar informação e se divertir.
Fica aqui a dica de três sites legais!

  1.  National Geographic  A Home do site é muito colorida, tem links para galeria de imagens, animais, meio ambiente, dicas sobre viagens, música e jogos relacionados a vida selvagem. Uma dica de jogo são os quebra-cabeça com uma infinidade de temas para vc brincar e se divertir.

  2. Biologia Interativa É um blog voltado para divulgação científica e educação. Com uma linguagem simples, clara e muito objetiva o blog aborda os mais variados temas dentro da biologia.  Tem  um espaço voltado para download de biosoftwares, joguinhos que variam de um nível fácil até um nível avançado, o site tem umas animações que vale muito a pena acessar.

  3. Arkive O site é a reunião de fotografias e vídeos relacionados ao meio ambiente publicados por especialistas. Uma coleção belíssima de fotos.

domingo, 11 de abril de 2010

Environmental Refugees

Fazia tempo que eu vinha planejando postar alguma coisa relacionada aos refugiados ambientais também conhecidos como refugiados do clima. Resolvi, depois de uma semana da tragédia que vitimou dezenas de pessoas na cidade do Rio, publicar então sobre o assunto.


Eventos migratórios populacionais são descritos na história da humanidade há milhares de anos, na Bíblia Cristã existe a referência do Êxodo sobre pessoas que deixaram seus lares em busca de uma Terra onde existiam abudância de riquezas, de pão e mel. Esse é o princípio pelo qual milhares de pessoas ao longo da história dixaram seus lares em busca de uma condição de vida melhor.

As intempéries do clima podem ser apontadas como uma das principais (se não a principal) causas de movimentos migratórios de pessoas e animais, sendo assim, podemos dizer que os "refugiados ambientais" não são lá uma grande novidade.

Aqui no Brasil acorre com certa frequência movimentos internos de pessoas relacionados com o clima, por exemplo no Nordeste centenas de pessoas buscam outros Estados fugindo da fome causada pela seca, aqui cabe ressaltar que esse não é o único motivo, existe uma política muito suja por trás da seca propriamente dita. Mas é fato que as catástrofes ambientais que atingiram milhares de pessoas nos últimos anos servem sim de incentivo a fuga das zonas afetadas.

Em Copenhagen na COP-15 foi divulgado no segundo dia de conferência que aproximadamente entre 25 milhões e um bilhão de pessoas poderiam deixar suas casas durante as próximas quatro décadas, mas somente uma pequena parcela desses refugiados deixariam, de fato, os seus países devido à falta de meios e capacidade de viajar para lugares mais distantes. Mas a projeção vai muito além dos números a saída de um lugar pra outro não é muitas vezes uma questão de alternativa e sim, infelizmente, uma absoluta falta de opção. Normalmente os emigrantes ambientais são pessoas extremamente pobres, em sua maioria mulheres, velhos e crianças.

No caso do Rio de Janeiro, a concentração de pessoas carentes nos morros é o resultado de anos de negligência somados a falta de políticas ambientais que é igual ao caos. Em Niterói município de maior número de mortes por causa do desabamento foi muito divulgado na imprensa o caso do Morro do Bumba que foi um um lixão, ou aterro sanitário, desativado em 1982, que foi invadido e pelo que tudo indica urbanizado pela prefeitura já que alguns moradores disseram em entrevista (eu vi no Jornal Nacional) que pagavam IPTU. O problema é que vertia chorume do chão e havia também escapamento de gás metano próprio do lixo em decomposição, não fosse o desabamento por causa da chuva seria a explosão pelo gás em pouco tempo. A pergunta é: - Para onde vão todas as vítimas do desabamento? Voltarão para suas casas condenadas pela defesa civil? Terão ajuda do governo? Desaparecerão e os problemas da cidade do Rio com eles? São situações das quais não faço idéia em relação ao desfecho.

O avanço do aquecimento global e consequentemente mudanças climáticas deverá promover movimentos migratórios de proporções nunca antes imaginadas nos próximos capítulos dessa história de tragédias.

Sabe-se que o problema é tão sério que Tuvalu um atol de 9 ilhas localizadas no Oceano Pacífico poderá em menos de uma década deixar de existir, graças ao degelo polar e avanço dos mares. Outros países como Vietnã, Bangladesh, Maldivas e Níger também estão com a água batendo literalmente no pescoço!

Embora o avanço das águas seja preocupante ele não é o único problema causado pelas alterações climáticas, há também o avanço promovido pelos desertos.

E para quem pensa que deserto é um problema dos continentes Africano e Asiático está profundamente enganado, aqui pertinho no Rio Grande do Sul em uma cidade chamada Alegrete sabe-se que há uma massa de desertificação que vêm nos últimos anos engolindo a vegetação nativa e criando um novo horizonte cheio de dunas. De um lado há pessoas que gostem da idéia de um deserto no Brasil pois seria mais uma fonte de turismo, por outro lado, há centenas de pessoas condenadas a somar naquele montão de "refugiados ambientais".

E para quem ainda não está convencido do que estou dizendo, sabe a Amazônia? Com o derretimento dos Andes uma grande população de desabrigados migrará em direção a Amazônia, que apesar de verdinha é sustentada apenas pela decomposição de matéria orgânica promovida pela própria floresta, ou seja ecossitema equilibrado, coloque ali pessoas e em breve teremos um deserto brasileiro pobre em animais, pobre em pessoas. E pobre de nós que estaremos vivos para ver o que aconteceu e não fizemos nada para mudar isso.

Boa sorte para os moradores do Rio porque deles será o reino dos céus!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Filosofando

Voltei definitivamente à ativa aqui no blog!!! Finalmente, depois de muito tempo posso sentar e escrever muito mas, muito mesmo sobre biologia.
Mas particularmente hoje, quero postar esse texto para uma pessoa muito querida para mim, que dificilmente acessa o meu blog. Porque eu sinto saudades suas Edu Carrano e acho que esse "trechinho de texto" tem tudo a ver com você e o clipe do Weezer tem tudo a ver comigo!

A Barba.

"...Não se conhece bem um homem que nunca deixou a barba crescer. Digo isto sem preconceitos, porque não mais pertenço a confraria dos barbados. Mas estou convencido de que se conhece mal um homem que nunca deixou irromper na floresta de seu rosto, o outro, o selvagem, o agente adormecido, o hirsuto... Há mulheres que, tendo conhecido a sabedoria erótica da barba nos lençois do dia, nunca mais se contentarão com a banalidade barbeada de outros amores... Indizível prazer é esse de confiar a barba. Inconsciente. Ritualisticamente. Enquanto se lê, enquanto se aguarda o outro dizer uma frase estúrdia, enquanto se toma um vinho ou se afaga o cão junto a lareira, e fechando, bem dizia Walmor Chagas outra noite num jantar quando se discutia a metafísica da barba: a barba é uma mascara como no teatro; é outro em nós, um modo de o personagem se experimentar em cena..."
Trecho extraído do livro Que presente te dar de Affonso Romano de Sant'ana