domingo, 11 de abril de 2010

Environmental Refugees

Fazia tempo que eu vinha planejando postar alguma coisa relacionada aos refugiados ambientais também conhecidos como refugiados do clima. Resolvi, depois de uma semana da tragédia que vitimou dezenas de pessoas na cidade do Rio, publicar então sobre o assunto.


Eventos migratórios populacionais são descritos na história da humanidade há milhares de anos, na Bíblia Cristã existe a referência do Êxodo sobre pessoas que deixaram seus lares em busca de uma Terra onde existiam abudância de riquezas, de pão e mel. Esse é o princípio pelo qual milhares de pessoas ao longo da história dixaram seus lares em busca de uma condição de vida melhor.

As intempéries do clima podem ser apontadas como uma das principais (se não a principal) causas de movimentos migratórios de pessoas e animais, sendo assim, podemos dizer que os "refugiados ambientais" não são lá uma grande novidade.

Aqui no Brasil acorre com certa frequência movimentos internos de pessoas relacionados com o clima, por exemplo no Nordeste centenas de pessoas buscam outros Estados fugindo da fome causada pela seca, aqui cabe ressaltar que esse não é o único motivo, existe uma política muito suja por trás da seca propriamente dita. Mas é fato que as catástrofes ambientais que atingiram milhares de pessoas nos últimos anos servem sim de incentivo a fuga das zonas afetadas.

Em Copenhagen na COP-15 foi divulgado no segundo dia de conferência que aproximadamente entre 25 milhões e um bilhão de pessoas poderiam deixar suas casas durante as próximas quatro décadas, mas somente uma pequena parcela desses refugiados deixariam, de fato, os seus países devido à falta de meios e capacidade de viajar para lugares mais distantes. Mas a projeção vai muito além dos números a saída de um lugar pra outro não é muitas vezes uma questão de alternativa e sim, infelizmente, uma absoluta falta de opção. Normalmente os emigrantes ambientais são pessoas extremamente pobres, em sua maioria mulheres, velhos e crianças.

No caso do Rio de Janeiro, a concentração de pessoas carentes nos morros é o resultado de anos de negligência somados a falta de políticas ambientais que é igual ao caos. Em Niterói município de maior número de mortes por causa do desabamento foi muito divulgado na imprensa o caso do Morro do Bumba que foi um um lixão, ou aterro sanitário, desativado em 1982, que foi invadido e pelo que tudo indica urbanizado pela prefeitura já que alguns moradores disseram em entrevista (eu vi no Jornal Nacional) que pagavam IPTU. O problema é que vertia chorume do chão e havia também escapamento de gás metano próprio do lixo em decomposição, não fosse o desabamento por causa da chuva seria a explosão pelo gás em pouco tempo. A pergunta é: - Para onde vão todas as vítimas do desabamento? Voltarão para suas casas condenadas pela defesa civil? Terão ajuda do governo? Desaparecerão e os problemas da cidade do Rio com eles? São situações das quais não faço idéia em relação ao desfecho.

O avanço do aquecimento global e consequentemente mudanças climáticas deverá promover movimentos migratórios de proporções nunca antes imaginadas nos próximos capítulos dessa história de tragédias.

Sabe-se que o problema é tão sério que Tuvalu um atol de 9 ilhas localizadas no Oceano Pacífico poderá em menos de uma década deixar de existir, graças ao degelo polar e avanço dos mares. Outros países como Vietnã, Bangladesh, Maldivas e Níger também estão com a água batendo literalmente no pescoço!

Embora o avanço das águas seja preocupante ele não é o único problema causado pelas alterações climáticas, há também o avanço promovido pelos desertos.

E para quem pensa que deserto é um problema dos continentes Africano e Asiático está profundamente enganado, aqui pertinho no Rio Grande do Sul em uma cidade chamada Alegrete sabe-se que há uma massa de desertificação que vêm nos últimos anos engolindo a vegetação nativa e criando um novo horizonte cheio de dunas. De um lado há pessoas que gostem da idéia de um deserto no Brasil pois seria mais uma fonte de turismo, por outro lado, há centenas de pessoas condenadas a somar naquele montão de "refugiados ambientais".

E para quem ainda não está convencido do que estou dizendo, sabe a Amazônia? Com o derretimento dos Andes uma grande população de desabrigados migrará em direção a Amazônia, que apesar de verdinha é sustentada apenas pela decomposição de matéria orgânica promovida pela própria floresta, ou seja ecossitema equilibrado, coloque ali pessoas e em breve teremos um deserto brasileiro pobre em animais, pobre em pessoas. E pobre de nós que estaremos vivos para ver o que aconteceu e não fizemos nada para mudar isso.

Boa sorte para os moradores do Rio porque deles será o reino dos céus!

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