segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Reserva Biológica da Biodiversidade COP9 MOP4

O governador do Estado do Paraná, Roberto Requião, assinou no dia 08 de janeiro de 2010 um decreto que cria no estado a Reserva Biológica da Biodiversidade COP9 MOP4.
A Reserva Biológica está localizada nos Campos Gerais, possui 133 hectares de extensão e, está inserida dentro de uma área de 300 hectares que compõe o maior corredor de biodiversidade do Sul do Brasil, interligando áreas importantes de preservação no Paraná.
O projeto tem como objetivo a proteção da Mata Ciliar, programa que vêm sendo desenvolvido pelo Estado desde 2004 que ajuda na manutenção da biodiversidade,e  também de captura de carbono cuja a finalidade é o plantio de mudas de espécies nativas ou isolar áreas parcialmente degradadas, para que a vegetação tenha condições adequadas para que recompôr naturalmente.
A área onde foi criada a Reserva era utilizada anteriormente para o plantio de pinus.
E por falar em pinus, vale a pena ressaltar que a espécie foi introduzida no Brasil há aproximadamente 100 anos atrás, inicialmente para fins ornamentais depois para exploração pela indústria madeireira. Por se tratar de uma espécie exótica em pouco tempo de cultivo tornou-se uma verdadeira praga e ameaça fortemente os sistemas naturais, pois possui um sistema de dispersão rápido e adapta-se facilmente a diferentes ambientes (espécie generalista). As espécies de Pinus mais utlizadas para fins comerciais no país são P. elliottii, P. caribaea, P. kesiya, P. oocarpa, P. patula, P. pinaster, P. radiata e P. taeda.
Bom como bióloga não posso aceitar a justificativa para o uso de espécies exóticas principalmente porque essa justificativa está apoiada no fato de espécies exóticas terem crescimento mais rápido e que espécies nativas são difíceis de cultivar e sua biologia ainda é pouco estudada.
Ora isso é desculpa, não uma justificativa.
Outro dia em uma visita a EMBRAPA FLORESTAS perguntei a pesquisadora responsável por crescimento vegetativo e propagação de sementes qual o motivo de se estudar in vitro uma espécie exótica. A resposta foi a mesma de sempre, " Não podemos parar a economia e a indústria de papel e para isso precisamos de reflorestamento, por isso estudamos o pinus aqui na EMBRAPA", eu argumentei que eu entendia o processo econômico da indústria madereira o que eu não entendia era porque não se investia em cultivo de espécies nativas, uma vez que, as espécies como imbuia, cerejeira, mogno são de qualidades infinitamente superior.  A pesquisadora replicou " o estudo de espécies nativas no Brasil ainda está engatinhando enquanto o estudo de espécies como o pinus está infinitamente avançado".
Engraçado porque mesmo sabendo dos riscos do sistema de propagação de sementes e trabalhando em um laboratório de melhoramento genético não havia nem um controle genético que evitasse a propagação da espécie em ambientes naturais. O custo para contenção e retirada de uma espécie exótica invasora É INFINITAMENTE ALTO.
Mas ainda sim é louvável a atitude do governo de transformar uma área que era para plantação de pinus numa Reserva Biológica. Apesar da criação de corredor biológico ser questionável quanto a sua efetividade é melhor que nada. A gente tapa um buraco ali e descobre outro buraco aqui e assim a gente vai levando.

3 comentários:

  1. Olá Silvia,

    Sou biólogo dedicado ao cultivo de mudas de espécies nativas arbóreas. Deixo o convite para que conheça nosso trabalho: www.ibflorestas.org.br e participe de nossa rede www.plantearvore.ning.com

    Parabéns pela matéria.

    Solano Aquino

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  2. como faço para dar explicações sobre a reserva biologica

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  3. Especifique o que vc quer saber, como funciona, quem é o responsável... essas coisas. Não entendi o que vc quis dizer =)

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