domingo, 25 de julho de 2010

O 21° Aminoácido!

Bom dia leitores, hoje acordei meio sem inspiração para escrever aí resolvi compartilhar com vocês um pouco do meu trabalho diário.
Confesso que quando ouvi pela primeira que havia sido encontrado (e nem era tão recentemente) um vigésimo primeiro aminoácido e que eu teria de estudá-lo, entre outras coisas no meu projeto de mestrado que está mais para um projeto de vida, entrei em estado de choque!
Durante a vida inteira eu (como muitas outras pessoas) fui condicionada a compreender e admitir a existência de 20 aminoácidos na natureza, divididos em essenciais e não-essenciais. Cada vez mais populares essas moléculas formadoras de proteínas tornam-se comuns nas conversas cotidianas que vão das donas de casas na fila do mercadinho até as rodas acadêmicas das grandes universidades.
O que talvez devesse ser melhor explicado nas universidades é que existem muitos outros aminoácidos presentes no planeta Terra mas, somente alguns fazem parte do código genético padrão, aqueles 20 que todo mundo conhece e a selenocisteína, que apesar de raro é um aminoácido encontrado em todos os ambientes e é o 21º aminoácido porque é codificado pelo código genético (redundante essa frase, ficou feia mas vai assim mesmo).
Mas existem 64 possibilidades de combinação para formação de aminoácidos a partir de uma trinca que dá origem a um códon, a maioria dos aminoácidos é codificada por mais de um códon, o trio base desse aminoácido PASMEM é UGA, como assim? UGA é um stop códon! Exatamente, então como é que a selenocisteína poderia ser codificada? Existe uma teoria super legal de que o código genético, como todas as coisas, também está em evolução. Descobriu-se no ínicio dos anos 80 que existe num mecanismo baseado em um operon específico que é capaz de incorporar esse aminoácido dando origem as proteínas conhecidas por selenoproteínas que são glutationas peroxidases, elas fazem parte de uma família valiosissima para sinalição e o controle redox. O mais legal disso tudo é que a incorporação é feita por mecanismos diferentes em procariontes e eucariontes.
Isso desmente a idéia de que o código genético seja universal, pode ser que ele seja quase todo universal, mas não é completamente e isso faz com que as provas de genética na faculdade estejam muito muito desatualizadas!
Bom talvez esse não seja o tema mais cativante sobre o qual eu tenha escrito aqui no blog, mas minha gente é isso que eu estudo: vias de sinalizaçao redox e estresse oxidativo e para isso, é importante conhecer as  redutases, oxidases e outras "ases" da vida. Quem sabe alguém se interessa e estuda isso também!
Bom domingo a todos e boa semana =)



domingo, 18 de julho de 2010

Brasil comemora 10 anos do SNUC!

Bom dia caro leitor, hoje (18/07/2010) o Brasil comemora 10 anos da criação da Lei Nº 9.985, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC). Através desse sistema o país tenta fortalecer um programa de gestão integrada de áreas protegidas nas esferas federais, estaduais e municipais.
Desde a sua criação em 2000 o SNUC já promoveu a formação de 378 unidades de conservação em todo o país.
Segundo essa Lei entende-se por Unidade de Conservação: "espaço ambiental e seus recursos ambientais incluindo as águas juridicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção... ". Como todo bom biólogo eu também tenho um livro de Direito Ambiental que fica aqui do ladinho do meu pc, sempre disponível quando eu tenho qualquer dúvida em relação a legislação, muito embora eu não atue na área ambiental.
Em linha gerais podemos dizer que o estabelecimento do SNUC aponta um salto qualitativo do Brasil em relação às áreas de proteção ambiental, isso caracteriza uma busca à conservação da biodiversidade a longo prazo.
As Unidades de Conservação (UC's) integrantes do SNUC foram divididas em duas grandes categorias com caracteríticas específicas e distintas: Unidades de Proteção Integral, cujo objetivo é a preservação da natureza e como o nome ja diz é de uso integral e NÃO podem ser utilizadas pelo homem com fins de habitação. É proibida a visitação pública, exceto aquela com objetivo educacional, seu uso é restrito à atividade de pesquisa, visitação ou turismo ecológico de acordo com a categoria em que a unidade de conservação se encaixar; são elas: Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural e Refúgio da Vida Silvestre; e Unidades de Uso Sustentável: prevê a conservação da natureza e uso sustentável de parte dos recursos naturais disponíveis em regime de manejo, essas UC's permitem o estabelecimento de moradias e  pertencem a esse grupo as categorias: Área de Proteção Ambiental (a famosa e controversa APA), Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN).
No site do Instituto Chico Mendes é possível encontrar informações a cerca das Unidades de Conservação federais num .pdf demorado de fazer o download.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente atualmente as UC's  por todo o Brasil  são:
304 Federais (76 milhões ha), 797 Estaduais (65 milhões ha), 689 Municipais (10 milhões ha), 805 Particulares (0,5 milhões ha) e 517 Terras Indígenas (108 milhões ha) que, totalizando, correspondem a 259,5 milhões de hectares em todo o território nacional. Parece muita terra mas não é, se a gente considerar a extensão territorial do Brasil que é de 9.372,614 km². Para facilitar a conta vale a pena lembrar que 100 hectares equivale a 1 km².
E no Paraná, de acordo com o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) existem 66 unidades de conservação estaduais, das quais 43 são unidades de conservação de Proteção Integral e 23 unidades de conservação de Uso Sustentável.
2010 é um ano especial, como já foi mencionado anteriormente, a Assembléia Geral das Nações Unidas declarou o ano de 2010 como Ano Internacional da Biodiversidade pretendendo aumentar a consciência sobre a importância da preservação da biodiversidade no mundo todo e é muito legal o Brasil participar do projeto festejando uma lei tão importante quanta essa (Lei Nº 9.985) mas é mais legal pô-la em prática.
Vamos meu povo às urnas em Outubro colaborar com o desenvolvimento sustentável desse país. Consciência ecológica é igual a voto consciente!
Bjus e tchau tchau o/

sábado, 10 de julho de 2010

Ah, os feromônios!

Você já deve ter ouvido a célebre frase "O amor é cego" pois é, pode até ser verdade que amor não enxergue bem mas, de uma coisa eu tenho certeza o amor tem um olfato aguçado e o sucesso da conquista e do acasalamento pode ser feito através dos famosíssimos: FEROMÔNIOS!!!!!
Vamos começar pela definição que foi realizada pelo bioquímico e entomologista alemão Peter Karlson em 1959, que propôs a utilização de um produto químico para comunicação entre indivíduos da mesma espécie, dizia o seguinte " Ferômonios são substâncias secretadas para o exterior por um indivíduo, capazes de provocar excitação ou estímulo em outro indivíduo da mesma espécie, que apresenta uma reação específica fisiológica ou comportamental."
Essa definição não é completamente verdadeira, atualmente muitos cientistas tem desenvolvido estudos com feromônios que agem entre espécies diferentes.
Existem dois grupos de feromônios conhecidos: Sinalizadores, que provocam mudanças comportamentais de curta duração (repulsa/atração); e Feromônios de marcação, provocam mudanças comportamentais de longa duração.
Sabendo disso, fica fácil entender a linguagem que os insetos utilizam para reconhecimento e comunicação uns com os outros, fazendo aquelas trilhas que atravessam a nossa cozinha entrando pelos armários e buscando incessantemente nosso pote de açucar. Essa linguagem química é muito "requintada" e atua como citado acima na mudança de comportamento, eu lembro que uma vez na faculdade um professor comentou que alguns insetos como as abelhas são capazes de liberar feromônios que afetam o desenvolvimento de outras abelhinhas.
Saiu na Nature recentemente o seguinte artigo: "The male mouse pheromone ESP1 enhances female sexual receptive behaviour through a specific vomeronasal receptor" resumidamente o artigo cita um ferômonio de baixo peso molecular (7KDa) encontrado em camundongos que é liberado na lágrima e em outros fluidos do macho que estimula os neurônios sensoriais da fêmea. O estímulo, segundo os autores, tornam o comportamento sexual feminino mais receptivo ao sexo (propriamente dito). Estes resultados mostram que ESP1 é um feromônio fundamental do sexo masculino que regula o comportamento reprodutivo das fêmeas através de um receptor específico no sistema vomeronasal em camundongos.
O órgão vomeronasal como o nome diz vêm do osso facial vemor, que está localizado entre o nariz e a boca, também conhecido como órgão de Jacobson (homenagem ao pesquisador dinamarquês Ludwig Levin Jacobson), nessa estrutura localizam-se neurônios sensoriais que detectam substâncias químicas distintas que são, na maioria das vezes, moléculas em estado não volátil. Isso facilita a detecção de ferômonios e de outros compostos químicos.
Bom o estudo foi realizado em camundongos e embora eu goste muito de Barão Vermelho o Roberto Frejat errou ao dizer "homem não chora nem por dor nem por amor", então meninos não tenham vergonha em demonstrar seus sentimentos chorem a vontade, isso causa estímulo positivo nas meninas, pode até não ser pelo mesmo mecanismo encontrado no artigo mas, é bem legal ver que meninos tem coração no final das contas ;)
Quem quiser dar uma olhadinha no resumo em inglês é só clicar no link: http://www.nature.com/nature/journal/v466/n7302/full/nature09142.html
beijinhos e tchau tchau o/

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Animals save the planet

Olá caríssimos, eu ouvi dizer que as pessoas preferem posts mais curtos e com vídeos, não se isso é verdade mas..
Para aqueles que gostaram do último vídeo, aqui vai uma overdose de animações.
bju