domingo, 12 de setembro de 2010

A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade.

Bom dia leitores, o título desse post poderia nos render horas e horas de uma discussão holística e embora eu quisesse muito isso, seria inviável pois estamos nesse exato momento física e virtualmente separados.
Já parou para pensar por qual motivo deveríamos preservar ou conservar o meio ambiente? O seu motivo e o meu motivo devem ser muito parecidos, creio que ambos temos consciência ecológica, repúdio pela alienação do consumo e somos apaixonados pela vida selvagem (entenda-se "selvagem" como "silvestre ou não domesticado"). E o motivo dos outros? Se vocês têm observado a propaganda eleitoral, volta e meia os candidatos remetem-se ao termo desenvolvimento sustentável
Durante a universidade de tanto ouvir falar nesse termo eu decorei a definição: desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações.
Pois ao que me parece muitos desses candidatos não fazem idéia do que eles estão dizendo.
Dia 09 de setembro (quinta-feira passada) a ONU divulgou o relatório da TEEB “The Economics of Ecosystems and Biodiversity” (título do post). O lançamento ocorreu aqui em Curitiba, e simultaneamente, na Bélgica, na Índia, no Japão e na África do Sul.
Segundo o economista indiano Pavan Sukhdev o custo investido em favor da proteção de áreas naturais pode gerar muitos benefícios econômicos. O projeto foi dividido em fases. A primeira fase foi centralizada em ambientes florestais e de acordo com o estudo realizado verificou-se que as perdas associadas a esses ecossistemas equivalem a algo em torno de três trilhões de dólares. Nem sei quanto isso significa, mas eu imagino que seja muita grana.
Os benefícios que a natureza oferece são incalculáveis, pois suprem nossas necessidades básicas desde a alimentação, água, matérias primas, medicamentos etc. até as atividades de recreação e lazer. Muita gente busca na natureza realização espiritual.
Países em desenvolvimento como o Brasil concentram grande parte da sua economia em torno da agricultura e produção de alimentos, não to dizendo que a indústria não gere receita. Mas se a gente analisar com cuidado vai perceber que TODA NOSSA FONTE DE RENDA É ORIUNDA DA EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS.
Não seria sensato que as políticas públicas realmente tivessem planos reais e comprometidos com os serviços ambientais e com gestão de recursos naturais? Poxa, no Brasil somente 49,44% dos domicílios tem saneamento básico. Na região metropolitana de Curitiba somente 43,4% das casas tem acesso a rede de esgoto. Só para citar uma necessidade básica da população (dados da Fundação Getúlio Vargas), que tipo de gestão pública de desenvolvimento sustentável nossos governantes tanto falam?
Um exemplo de investimento que trouxe benefícios diretos ocorreu no Vietnã, o governo investiu 1.1 milhões de dólares na proteção de 12.000 hectares de manguezais e economizou 7.3 milhões de dólares na manutenção de diques. Isso para mim é desenvolvimento sustentável, substituir usinas termoelétricas e hidrelétricas por energia eólica e solar para mim é ter um plano de economia sustentável.
Combater o aquecimento global diminuindo o desmatamento é ser sustentável, porque milhares de famílias dependem dos recursos florestais para sua subsistência.
Economizar água em quanto a gente lava as mãos, escova os dentes, reutilizar águas para lavagem de calçadas, do carro, apagar a luz ao sair de um ambiente, trocar as lâmpadas incadescentes, usar o transporte público, andar de bicicleta etc. Tudo isso é valido, mas não pense que são gestos altruístas que estamos fazendo, essa é nossa obrigação. Além de economizar dinheiro na maioria das vezes essas atitudes contribuem para manutenção da nossa qualidade de vida. 
Mas quem vai administrar nossos recursos naturais são aquelas pessoas que a gente vai eleger. Quem vai determinar a área de proteção do entorno das nascentes ou vai fazer um projeto de lei para mudar o código florestal são os nossos representantes no governo. E isso com o perdão da palavra é FODA.
Bom caro leitor eleitor pense com bastante cuidado ao ir às urnas esse ano. Investir em políticas públicas de desenvolvimento também é da sua responsabilidade.
Um beijão e até  ;)

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